Hormônio da tireoide tem onda de consumo para emagrecimento
- Moda de consumo de medicamento em academias foi identificada por Conselho Regional de Educação Física
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O Jornal “O Globo” deste
domingo publicou uma reportagem ALERTA sobre o uso, por conta própria ou
indicado de forma equivocada, de hormônio tireoidiano com
"emagrecedor". Fato esse grave e coloca em risco a VIDA de quem se
submete a esse uso. Mas será que isso é mesmo uma novidade? Quais os riscos?
Qual o preço que estamos dispostos a pagar por um corpo esculpido?
O uso de hormônios
tireoidianos "manipulados", seja explicitamente em fórmulas para
emagrecer os disfarçadamente com codinomes como "tiratricol" ou sob
nome de "produtos naturais", tem relatos bem antigos. Inclusive foi
de certa forma "aceito" na década de 80 com a justificativa de
tentar normalizar o nível do hormônio tireoidiano ativo (T3 total) que diminui
nas dietas de baixa caloria. Posteriormente, demonstrou-se que essa diminuição
era fisiológica e a reposição não trazia benefício ao emagrecimento,
acrescentado, sim, riscos inaceitáveis. O uso, seja do precursor do hormônio
tireoidiano (T4) ou do hormônio em sua forma ativa (T3, triiodotironina, tiratricol),
para emagrecimento baseia-se no fato que esse hormônios aceleram o metabolismo
induzindo um estado de hipertireoidismo e altíssimo gasto calórico. O que os
“médico” ou “curiosos da área de emagrecimento” não divulgam (será que eles
sabem?) é que esse hipertireoidismo não se restringe ao metabolismo energético
mas provoca:
1. Taquicardia (aumento da frequência dos batimentos
cardíacos) com alto risco de ARRITMIAS
como fibrilaçãoo atrial, flutter atrial, podendo provocar infarto no coração e
DERRAME CEREBRAL (AVC isquêmico) !!!!
2. INSUFICIÊNCIA CARDIACA
3. Consumo muscular, com diminuição de massa muscular e
fraqueza muscular
4. Alterações psiquiátricas como alucinações,
esquizofrenia, quadros ansiosos, insônia.
5. Tremores
6. Alterações menstruais e de fertilidade
E o pior é que as pessoas
ainda se submetem a esses tratamentos!! Enquanto estava escrevendo este post
parei para um almoço de domingo entre amigos médicos. O assunto é claro incluía
comentários de “casos clínicos”. Um amiga intensivista, então, relatou um caso
recente internado nesta última semana no CTI de um grande hospital do Rio de
Janeiro, de uma mulher de meia idade que apresentou insuficiência cardíaca e
respiratória ficando em estado MUITO GRAVE , entubada e sob suporte de drogas e
aparelhos após uso de hormônios
tireoidianos de “reposição”. Usava doses altas de T4 e T3 (o que é proscrito
atualmente!). Tinha níveis de hormônios no sangue 18 vezes maior do que o
máximo da normalidade !!!! Ficou uma semana em estado MUITO GRAVE sob esforços
intensos de toda equipe para controlar esse hipertireoidismo. Graças a Deus e a
equipe de médicos, enfermeiros e farmacêutico maravilhosa, que a assistiam, se
recuperou. Vale a pena?
Outro fato importante é o
depois... O uso exógeno desse hormônios bloqueia a produção normal pela
tireoide. O retorno das funções normais pode demorar de 1 a 12 meses para se
recuperar. Durante esse período a pessoa fica em HIPOTIREOIDISMO que é
justamente o oposto vivido anteriormente. Um estado igualmente perigoso e que
lentifica o metabolismo. Mais uma vez, será que isso vale a pena? Até quando
vamos ficar depositando nossas energias procurando “milagres” que por enquanto não
existem? Vale a pena confiar nossas vidas a esse “picaretas”. Na dúvida, basta
consultar o site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
e a Sociedade Brasileira de Obesidade. Nesta paginas existem avisos,
reportagens e informações sempre atualizadas sobre o que é ou não aceitável como
tratamento na área de emagrecimento. Vale também conhecer a formação do seu
médico, se é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela SBEM. Não
confie seu maior bem, sua vida, nas mãos de qualquer um!!