Muito se fala em vida saudável nos dias de hoje, mas poucos sabem do que se trata realmente ter uma vida assim. Praticar, então, essa tal vida saudável, fica mais difícil ainda!
Há muita informação no mídia, internet, jornais, entretanto muitas são as dúvidas...
Este espaço foi criado para divulgação de informações sobre tópicos relacionados a saúde, atividade física, dietas e assuntos afins, com um foco especial na área da Endocrinologia, na qual atuo.
Aproveitem!!!

sábado, 9 de outubro de 2010

Para mais informação sobre o estudo que motivou tudo isso:
http://www.fda.gov/Safety/MedWatch/SafetyInformation/SafetyAlertsforHumanMedicalProducts/ucm198221.htm

Se voce entrar no Pubmed com as palavras chave : sibutramine double blind controlled trial encontrará 120 artigos publicados nesse tema.

Enjoy it!
A mais recente notícia bombástica:
FDA Drug Safety Communication: FDA Recommends Against the Continued Use of Meridia (sibutramine)

(FDA RECOMENDA A SUSPENSÃO DA SIBUTRAMINA)

E agora ? O que isso significa? Tenho que suspender imediatamente o uso da sibutramina? Vou morrer do coração se continuar usando?
As dúvidas que pairam na cabeça dos usuários são muitas. Criou-se um clima de inssegurança e desespero na endocrinologia, afinal, estariam todas as drogas usadas por nós com tanta fé e segurança condenadas? Revendo os fatos:

1º foi o Acomplia (rimonabanto), retirado do mercado, com substancial grau de evidencia suportando essa decisão ;

2º o Avandia (rosiglitazona), precipitadamente, e com menor grau de evidencia, já que a decisão foi apoiada por meta-analises duvidosas e sem a oportunidade de que se completassem os estudos de segurança cardiovascular em curso;

3o a Sibutramina ameaçada de sair do mercado, agora de forma inteiramente precipitada e deseperada. Vejamos o porquê: O FDA basea seu argumentos nas evidencias recentes do estudo Scout no qual houve maior número de infato do miocárdio e AVC não fatal naqueles que usaram o medicamento. A população do estudo entretanto eram pessoa que JÁ tinham tido algum evento cardiovascular (o que é contr indicação para o uso da medicação) ou diabéticos tipo 2 com algum fator de risco outro para doença cardiovascular. Deste modo, devria ser recomendado e reforçado que pessoas COM DOENÇA CARDIOVASCULAR no passado ou atual não use esse remédio, além dos diabéticos. Isso não vale para os obesos apenas com fatores de risco ( e não diabéticos) ou obesos jovens pois inúmeros estudos já foram feitos nessas populações sem que fosse demostrado malefício.

É muito injusto esse posicionamento radical de proibir pra todos por causa de malefício restrito a alguns. Subestima a capacidade de julgamento do médicos e condena os que tem boa pratica da endocrinologia.

Acho que nós , medicos ativos e que repeitam os limites e se informam adequadamente temos que nos mobilizar nos posicionando e impedindo que a Anvisa "entre nessa onda"!

Até mais!!
Mariana Farage

quinta-feira, 18 de março de 2010

Antibiótico pra tratar obesidade

Infecção bacteriana pode causar obesidade? Qual o papel de bacterias intestinais na obesidade?


Um artigo recente publicado na Science produziu certo alvoroço na mídia e na comunidade científica. Publicado em 4 de março, este artigo sugere que a colonização intestinal por certas bactérias poderia determinar obesidade nesta população.

"Previous research has suggested that bacteria can influence how well energy is absorbed from food, but these findings demonstrate that intestinal bacteria can actually influence appetite," Dr. Andrew Gewirtz of Emory University in Atlanta. ("Pesquisas anteriores sugerem que bacterias podem influenciar em como a energia é absorvida da comida, mas estas evidencias demonstram que bactérias intestinais podem realmente influenciar no apetite.")


Dr. Gewirtz afirma que a sua pesquisa sugere que bactérias podem desempenhar um papel importante na epidemia de obesidade - provavelmente porque bactérias oportunistas vieram substituir outras que morreram em consequencia do uso de antibióticos, acesso a água limpa e outros fatores da vida moderna. Isso tudo foi descoberto por "acidente". O grupo estava estudando ratos com colite. Ratos nascidos de "mães" com colite eram retirados da presença de suas mães biológicas para previnir colonização por bacterias intestinais da mãe. Essa colonização, do intestino e da pele, normalmente ocorre logo após o nascimento e persiste por toda vida do animal. O perfil da bactérias que colonizam o bebê é muito semelhante ao perfil de bactérias da mãe. Os bebes ratinhos do experimento, quando submetidos a colonização diferente da sua mãe, não apresentava mais colite porém apresentava obesidade e síndrome metabólica- incluindo resistencia insulinica, que parece ser o ponto chave. Dr Gewirtz e colegas referenciam estudo em que ratos magros transfectados com bactérias intestinais de obesos tornam-se obesos também.

Acredita-se que essas bactérias produzem inflamação intestinal e que essa inflamação contribua para resistencia insulínica e síndrome metabólica.

Eles agora estão estudando que bactérias são essas, presentes nos obesos, e como tratá-las.

É importante notar que mesmo nessa população com mais tendência a obesidade a limitação da comida foi eficaz em previnir ganho de peso. Isso reafirma a importância da dieta na gênese e prevenção da obesidade.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sibutramina: eu uso. E agora?!

Sibutramina: eu uso. E agora?!

Todos ficaram alarmados com as últimas noticias sobre aumento de mortalidade associada ao uso de sibutramina. Foi um tal de gente ligando para seus respectivos médicos, para conhecidos médicos, todos alarmados com o "fantasma" do medo de usar sibutramina. Isso , na verdade, reflete uma postura de uso indiscriminado e SEM acompanhamento médico de remédios para emagrecer, que resulta no medo da desinformação e uma certa culpa por usar sem ter "conhecimento de causa".
Vamos aos eclarecimentos cabíveis:

1- A sibutramina é uma droga que como outra qualquer deve ser usada sob prescrição médica, de especialista no assunto. Não há espaço para prescrição por "curiosos" nem auto-medicação;

2-Houve aumento de mortalidade no sub grupo de pacientes que já apresentavam, sabidamente, no início do tratamento, doença cardíaca (infarto prévio ou angina), doença equivalente a doença cardíca (que é a doença obstrutiva da artéria carótida ou de outras artérias, por exemplo das pernas), doenças vascular cerebral (já tiveram no passado isquemia cerebral, derrame ou isquemia transitória), ou hipertensão arterial descontrolada. Esse grupo de pessoas estava sob estudo pois queriam saber se era seguro usar essa droga, nesses individuos. Na prática clínica, não era indicado usar sibutramina nesses indivíduos justamente por não se saber da segurança da droga. Ou seja, profissionais conhecedores do remédios, não tinha evidencia cientifica para prescrever sibutramina nesses casos, e na sua maioria, não prescreviam!

3- Diversos estudos mostram segurança do seu uso em pacientes com hipertensão arterial controlada, e sem doença cardiovascular ou seus equivalentes. Não há por quê condenar essa arma tão importante do nosso arsenal terapêutico para obesidade.

A mensagem que fica, mais uma vez, é primar pelo uso RESPONSÁVEL e vigiado da droga, com orientação de profissional capacitado.

Até mais!